Em um mundo cada vez mais acelerado, tirar alguns minutos para descansar pode parecer luxo ou até mesmo perda de tempo. No entanto, diversos estudos vêm reforçando a importância dos chamados “power naps” pequenos cochilos durante o dia como aliados da saúde mental, da criatividade e da produtividade.
De acordo com uma pesquisa conduzida pela NASA, uma soneca de apenas 20 minutos pode aumentar o desempenho cognitivo em até 34% e melhorar o estado de alerta em 100%. Não é à toa que empresas do Vale do Silício, como Google e HubSpot, já incorporaram salas de descanso ao ambiente corporativo, incentivando pausas curtas ao longo do expediente.
A explicação está na neurociência. Durante o cochilo, o cérebro entra em um estado de consolidação da memória e reorganização neural, o que favorece conexões criativas e soluções inovadoras. Além disso, há uma redução nos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, promovendo relaxamento e melhor regulação emocional.
O cochilo ideal, segundo especialistas, varia de 10 a 30 minutos tempo suficiente para colher benefícios sem entrar em sono profundo, o que poderia causar inércia do sono (aquela sensação de desorientação ao acordar). “Sonecas curtas têm um efeito restaurador poderoso, especialmente quando feitas no início da tarde, entre 13h e 15h, período em que há uma queda natural da energia corporal”, explica a neurocientista e pesquisadora do sono Dra. Beatriz Nunes.
Além dos ganhos imediatos, adotar o hábito de cochilar pode contribuir para a saúde a longo prazo. Estudos da Universidade de Harvard sugerem que quem dorme ao menos três vezes por semana durante o dia tem menor risco de doenças cardiovasculares e apresenta mais equilíbrio emocional.
No entanto, especialistas alertam: se a necessidade de dormir durante o dia é constante e exagerada, pode ser sinal de má qualidade do sono noturno ou de outros distúrbios, como apneia do sono ou insônia crônica condições que exigem avaliação médica.
Em tempos de burnout, ansiedade e fadiga mental, permitir-se uma pausa pode ser mais revolucionário do que parece. Um breve cochilo, longe de ser preguiça, pode ser a chave para uma mente mais criativa, leve e resiliente.
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