A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta urgente nesta semana determinando o recolhimento imediato de um lote falsificado da toxina botulínica tipo A, conhecida popularmente como botox, após constatar graves irregularidades no produto. O lote em questão, identificado como C8846C3, foi falsificado e estava sendo comercializado no mercado com embalagens adulteradas, sem o código de rastreamento (GTIN) e com coloração diferente da original características que facilitaram a identificação da fraude.
A descoberta foi feita pela própria fabricante do Botox® 200U, que notificou a Anvisa após detectar produtos ilegítimos circulando com sua marca. Segundo a Resolução-RE nº 2.425, publicada pela Anvisa em 1º de julho de 2025, trata-se de um caso grave que compromete diretamente a segurança dos pacientes, já que o conteúdo do frasco falsificado pode conter substâncias desconhecidas, ineficazes ou até tóxicas.
A toxina botulínica é um medicamento de uso restrito, aplicado em procedimentos estéticos e terapêuticos que exigem controle rigoroso, tanto na armazenagem quanto na aplicação. Seu uso inadequado ou a aplicação de versões não certificadas podem provocar efeitos adversos sérios, como reações inflamatórias, infecções, paralisias musculares indesejadas e até comprometimento neurológico. Por isso, a orientação da Anvisa é clara: profissionais da saúde e clínicas de estética devem interromper imediatamente o uso do lote falsificado e denunciar qualquer ocorrência suspeita.
Especialistas em estética alertam para a importância de verificar a procedência dos produtos utilizados em procedimentos estéticos, especialmente os injetáveis. Produtos falsificados, além de ilegais, colocam em risco não apenas os resultados esperados, mas principalmente a saúde e integridade física dos pacientes. A Anvisa reforça que o botox original deve conter código de barras legível, registro na embalagem, nota fiscal e documentação sanitária — qualquer produto que fuja desses padrões deve ser considerado suspeito.
Esse caso reacende o debate sobre a responsabilidade na cadeia estética, que envolve desde os fornecedores até os profissionais que realizam os procedimentos. A busca por alternativas mais baratas pode acabar abrindo brechas para o uso de produtos duvidosos, em um mercado onde a segurança precisa estar acima de qualquer outro critério.
Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo site da Anvisa, e a recomendação é que os consumidores exijam sempre a comprovação de origem dos produtos utilizados em tratamentos estéticos. Em um cenário onde a estética se alia cada vez mais à saúde, a confiança entre profissional e paciente começa, necessariamente, pela transparência.
Fontes:
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Anvisa (https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2025/lote-falso-de-toxina-botulinica-produtos-nao-devem-ser-usados)
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Jornal O Tempo (https://www.otempo.com.br/saude-e-bem-estar/2025/7/2/anvisa-manda-recolher-lotes-de-botox-falso-do-mercado-entenda-problema-achado-em-toxina-botulinica)
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