Marco histórico reflete transformações sociais e crescimento da presença feminina na medicina. País já conta com 635 mil médicos e pode ultrapassar 1 milhão na próxima década.
Em um marco inédito na história da saúde brasileira, as mulheres passaram a representar a maioria entre os médicos em atividade no país. Segundo dados recentes do Conselho Federal de Medicina (CFM), elas agora compõem cerca de 51% do total de profissionais, superando pela primeira vez o número de homens na área.
Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 635 mil médicos, um número que vem crescendo de forma acelerada nas últimas décadas. Especialistas projetam que, mantido o ritmo atual de formação e inserção de novos profissionais, o país pode ultrapassar a marca de 1 milhão de médicos já na próxima década.
A presença feminina tem se destacado especialmente entre os médicos mais jovens: nas faixas etárias abaixo dos 35 anos, as mulheres já são quase 60% dos profissionais, evidenciando uma mudança de perfil na medicina brasileira.
“É uma tendência que reflete não só o aumento do acesso das mulheres ao ensino superior, mas também a mudança de mentalidade da sociedade e das instituições. Ainda há desafios, mas estamos avançando em direção a uma medicina mais diversa e representativa”, avalia a médica e pesquisadora Dra. Carla Mendes, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Além da mudança no perfil de gênero, o CFM também aponta para um crescimento consistente na oferta de cursos de medicina e vagas em residências médicas. A expectativa é de que esse aumento ajude a suprir deficiências regionais na distribuição de profissionais, especialmente em áreas mais remotas do país.
A crescente participação feminina também tem impacto na escolha das especialidades. Mulheres são maioria em áreas como pediatria, ginecologia e clínica médica, enquanto os homens ainda predominam em especialidades cirúrgicas — embora esse cenário também esteja mudando gradualmente.
Essa transformação histórica marca uma nova fase da medicina brasileira, que caminha para ser cada vez mais inclusiva, equitativa e próxima da realidade da população.
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