quinta-feira , 17 julho 2025
Lar Estética Discriminação Estética: O Preconceito No Mundo Corporativo Que Poucos Enxergam
Estética

Discriminação Estética: O Preconceito No Mundo Corporativo Que Poucos Enxergam

Você já foi julgado pela sua aparência antes mesmo de dizer uma palavra? No ambiente corporativo, isso acontece mais do que se imagina e tem nome: discriminação estética. Embora muitas empresas falem sobre diversidade e inclusão, a aparência física ainda é, silenciosamente, um dos fatores que mais impactam contratações, promoções e dinâmicas de convivência profissional.

O preconceito estético pode se manifestar de formas sutis, como a valorização excessiva de padrões eurocêntricos de beleza, críticas veladas ao corpo de funcionários, pressão por “imagens corporativas” específicas ou até exigências informais quanto ao uso de maquiagem, alisamento capilar ou vestimentas que disfarcem a idade, o peso ou traços considerados “fora do padrão”.

Pesquisas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade de São Paulo (USP) já apontaram que pessoas com sobrepeso, mais velhas, negras, com cabelos crespos ou tatuagens visíveis, por exemplo, enfrentam mais barreiras na hora de conseguir uma vaga ou serem promovidas. E não se trata apenas de opinião: são números que evidenciam um viés ainda pouco debatido no meio empresarial.

Segundo a psicóloga e consultora de diversidade organizacional Ana Cláudia Dias, a pressão estética no trabalho está profundamente ligada a uma cultura que associa beleza a competência. “Existe uma ideia construída socialmente de que pessoas que se aproximam de certos padrões são mais confiáveis, produtivas ou organizadas. Isso é falso, mas continua sendo reproduzido inclusive por quem não percebe que está agindo assim”, afirma.

Esse tipo de preconceito também afeta a saúde mental. Profissionais que sentem a necessidade constante de esconder quem são para se encaixar enfrentam níveis mais altos de ansiedade, insegurança e até burnout. A falta de representatividade em cargos de liderança também reforça a ideia de que só “certos corpos” podem chegar ao topo.

Nos últimos anos, o debate sobre etarismo, racismo, capacitismo e gordofobia tem ganhado espaço nas empresas, mas a discriminação estética  justamente por ser muitas vezes mascarada como “preferência pessoal” ou “adequação à imagem da empresa” segue como um dos tabus silenciosos do mercado de trabalho.

Promover uma cultura corporativa mais justa e inclusiva passa, inevitavelmente, por questionar os padrões que ainda definem quem “parece profissional” e quem não. Porque, no fim das contas, competência, talento e ética não têm nada a ver com aparência e o futuro do trabalho precisa refletir essa verdade.

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Estética

Naturalidade é a Nova Tendência na Cirurgia Plástica

Depois de anos marcados por exageros estéticos, rostos congelados e silhuetas artificialmente...

Estética

Rinoplastia: Uma das Cirurgias Plásticas Mais Procuradas da Atualidade

A busca por harmonia facial e autoestima elevada tem feito da rinoplastia...

Estética

Top Model Look: O Procedimento Estético Que Virou Tendência Entre Celebridades e Influenciadores

Nos bastidores da moda e nos corredores das clínicas de estética, um...

Estética

Rinoplastia, Botox e Muito Mais: Khloé Kardashian Revela Procedimentos Estéticos Que Já Realizou

Khloé Kardashian, uma das integrantes do clã Kardashian-Jenner, voltou a ser assunto...