O Ministério da Saúde acaba de anunciar uma medida que promete transformar o acesso das brasileiras aos métodos contraceptivos: o implante hormonal Implanon será disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. O dispositivo, considerado um dos métodos mais eficazes de contracepção de longa duração, será oferecido em unidades de saúde públicas de todo o país ainda em 2025.
O Implanon é um pequeno bastão flexível de cerca de quatro centímetros que é inserido sob a pele do braço, liberando gradualmente o hormônio etonogestrel, similar à progesterona. Com eficácia acima de 99% e duração de até três anos, o implante atua inibindo a ovulação, além de dificultar a entrada de espermatozoides no útero e impedir a fixação do óvulo fecundado. Por ser um método contraceptivo de longa duração e reversível, ele é especialmente recomendado para quem deseja evitar uma gravidez por um período mais prolongado, sem depender da disciplina de tomar pílulas diariamente ou comparecer regularmente a consultas para aplicações de injeções hormonais.
Atualmente, o único método de longa duração disponível pelo SUS é o DIU de cobre, o que torna a chegada do Implanon uma alternativa importante para ampliar as opções de planejamento reprodutivo oferecidas gratuitamente à população. Segundo o Ministério da Saúde, a previsão é que o primeiro lote do implante comece a ser distribuído ainda neste segundo semestre, com um investimento inicial de cerca de R$ 245 milhões. A meta é garantir que 1,8 milhão de mulheres sejam atendidas até o fim de 2026.
Além de representar um avanço técnico, a adoção do Implanon pelo SUS tem um forte impacto social. Dados do governo indicam que a ampliação do acesso a métodos contraceptivos de alta eficácia pode ajudar a reduzir a mortalidade materna, os índices de gravidez não planejada e até mesmo contribuir para a autonomia das mulheres sobre seus próprios corpos. O plano prevê que os profissionais de saúde das unidades básicas passem por capacitação específica para realizar tanto a inserção quanto a retirada do implante, com toda a segurança necessária.
Na rede privada, o custo do Implanon pode ultrapassar os R$ 3 mil, valor que o torna inacessível para boa parte da população. Por isso, sua inclusão na rede pública é vista como um marco no combate às desigualdades no acesso à saúde reprodutiva. A expectativa é que, nos próximos meses, os postos de saúde comecem a receber treinamento técnico e a estrutura necessária para incorporar o novo método na rotina de atendimento.
Com essa iniciativa, o Brasil se junta a outros países que já adotaram políticas públicas voltadas para a disponibilização de métodos contraceptivos modernos e acessíveis. A chegada do Implanon ao SUS é mais do que uma atualização do portfólio de contraceptivos: é um avanço concreto no direito à escolha, à saúde e à dignidade de milhares de mulheres brasileiras.
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