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Matheus Hooks: O empresário com mais de 65 tatuagens que desafia preconceitos e inspira coragem

Criador da revista internacional Hooks Magazine, o empresário e jornalista Matheus Hooks é muito mais do que suas conquistas profissionais. Com mais de 65 tatuagens espalhadas pelo corpo, incluindo rosto e cabeça, ele transformou a tinta na pele em uma extensão de sua essência, um símbolo de resistência e expressão. Porém, essa escolha também trouxe desafios, como preconceitos e julgamentos, que ele encara com a mesma coragem que define sua trajetória.

Uma infância entre criatividade e conservadorismo

Diego Matheus Carlota Rocha, mais conhecido como Matheus Hooks, cresceu cercado por criatividade e tradição. Seu pai era decorador e pastor de uma igreja evangélica, enquanto seu avô trabalhava como alfaiate. Foi no ateliê do avô que Hooks descobriu sua paixão pela moda, mas sua juventude também foi marcada por conflitos internos e externos.

Aos 16 anos, ele enfrentou um episódio traumático de homofobia. Sem encontrar o apoio esperado em casa, devido à visão conservadora de sua família, Hooks decidiu, ainda adolescente, que não permitiria que esses obstáculos definissem sua vida.

A primeira tatuagem e a construção da identidade

Aos 18 anos, ele fez sua primeira tatuagem: uma árvore na mão direita, uma homenagem à família. Apesar da resistência inicial, seu pai o acompanhou ao estúdio de tatuagem e, naquele momento, começou a compreender que a arte na pele também era uma forma de expressão legítima.

“Foi um processo longo até sentir que meus pais realmente me aceitavam. Mas, quando isso aconteceu, foi como renascer. A tatuagem foi minha forma de mostrar quem eu sou, sem pedir desculpas por isso”, afirma Hooks.

Hoje, com tatuagens que cobrem quase todo o corpo, ele reflete sobre como elas simbolizam sua jornada de autoconhecimento e coragem.

O peso do preconceito

Se por um lado ele conquistou aceitação familiar, por outro, Hooks ainda enfrenta olhares desconfiados e julgamentos por onde passa. Ele lembra claramente o impacto de uma das primeiras tatuagens feitas na cabeça, um peixe no lado direito.

“Quando fui ao mercado com meus pais logo após fazer a tatuagem, parecia que eu era uma atração de circo. Todos olhavam como se eu não pertencesse àquele lugar. Foi ali que entendi como é ser diferente em um ambiente conservador”, relembra.

Apesar das dificuldades, ele se mantém resiliente. “Mesmo sendo privilegiado pelas minhas conquistas, o preconceito machuca. Às vezes, um olhar julgador pode estragar meu dia, mas isso nunca vai me impedir de ser quem eu sou.”

O estigma das tatuagens: uma barreira histórica

O preconceito contra tatuagens não é novidade. Historicamente, a prática foi associada a marinheiros, piratas e rebeldes, gerando um estigma que persiste até hoje. Uma pesquisa de 2018 da plataforma Tattoo2me revelou que 58% dos brasileiros tatuados já sofreram discriminação, sendo a maioria dentro do ambiente familiar ou de trabalho.

Esse preconceito aumenta proporcionalmente ao número de tatuagens. Pessoas com mais de 10 tatuagens relatam taxas ainda maiores de rejeição, algo que Hooks vivencia na prática.

A proteção legal existe, mas o preconceito continua

No Brasil, leis como a nº 1.582/2007 e o artigo 482 da CLT proíbem a discriminação contra pessoas tatuadas em ambientes profissionais, mas a realidade ainda reflete resistência cultural.

“Ter leis é importante, mas a mudança real só acontece quando as pessoas entendem que o preconceito não tem espaço em uma sociedade moderna”, destaca Matheus.

Autenticidade como estilo de vida

Para Matheus Hooks, as tatuagens representam muito mais do que estética: são sua essência. “Minha personalidade está estampada em cada desenho. Elas me deram a coragem que eu precisava para conquistar meu espaço e mostrar que estilo é ser quem você é”, afirma.

Ele acredita que a verdadeira força está na autenticidade. “Quando você se sente bem consigo mesmo, consegue lutar pelo que acredita. Meu estilo não é sobre seguir tendências, é sobre viver minha verdade e inspirar outros a fazerem o mesmo.”

Hoje, Matheus Hooks é um exemplo de resiliência e autoaceitação, provando que a coragem de ser autêntico pode superar qualquer preconceito.

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