Uma operação conduzida pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) da Polícia Civil de São Paulo resultou na recuperação de uma carga milionária de toxina botulínica popularmente conhecida como botox avaliada em cerca de R$ 7 milhões. O material havia sido roubado no último dia 6 de junho de 2025, em uma ação criminosa que mobilizou uma quadrilha especializada em cargas de alto valor.
Segundo informações da polícia, o roubo ocorreu no estacionamento do terminal de cargas do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Criminosos armados interceptaram o caminhão que transportava os produtos e mantiveram o motorista e um conferente em cárcere privado por aproximadamente 10 horas, enquanto a carga era desviada.
A investigação levou os agentes até um galpão localizado em Embu das Artes, na Grande São Paulo, onde a carga foi localizada na manhã do dia 11 de junho. No local, foram encontradas 87 caixas do produto, armazenadas em uma câmara refrigerada condição essencial para a conservação do botox.
Um homem que cuidava do galpão foi preso em flagrante por receptação qualificada. Ele alegou ter sido contratado apenas para vigiar o local, mas não soube explicar a origem dos produtos.
Riscos à saúde e à cadeia legal
Além do prejuízo financeiro, o caso chama atenção pelo risco à saúde pública. O botox é um produto controlado, que exige conservação em baixas temperaturas e uso exclusivo por profissionais autorizados. A aplicação de toxina botulínica falsificada ou mal armazenada pode causar reações adversas graves, como paralisia muscular, infecções ou reações alérgicas severas.
“O grande perigo desse tipo de crime não está só no roubo em si, mas no destino desses produtos, que muitas vezes acabam sendo usados em clínicas clandestinas ou por profissionais não habilitados”, alerta um agente da Vigilância Sanitária.
Mercado visado por quadrilhas
Nos últimos anos, o aumento na demanda por procedimentos estéticos tem feito com que produtos como o botox entrem na mira de quadrilhas organizadas. A toxina botulínica é de alto valor agregado, fácil de revender de forma irregular, e muitas vezes passa despercebida em fiscalizações o que a torna um alvo recorrente em roubos de carga.
A Polícia Civil informou que as investigações continuam para localizar outros envolvidos no crime e rastrear possíveis pontos de distribuição paralela. O material apreendido será submetido à perícia técnica para avaliar sua integridade.
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