Em meio a desafios financeiros e emocionais, o Dr. Matteus Souza deu os primeiros passos na odontologia com um objetivo muito claro: mudar a sua própria realidade e oferecer uma vida melhor à sua família. O que ele não imaginava, no entanto, é que encontraria na estética mais especificamente na harmonização orofacial uma paixão que ultrapassaria as barreiras profissionais para se tornar uma verdadeira missão de vida.
Com um olhar sensível e uma abordagem que valoriza a naturalidade, o Dr. Matteus tem se destacado como uma referência em procedimentos que vão além da estética e tocam diretamente na autoestima e na saúde emocional dos seus pacientes. Hoje, divide a sua rotina entre atendimentos clínicos em diferentes cidades e a formação de novos profissionais por meio de imersões práticas, onde compartilha sua vivência com generosidade e profundidade.
Nesta entrevista exclusiva, o Dr. Matteus fala sobre o início da sua carreira, os desafios enfrentados, o preconceito inicial em relação à estética, sua escolha por resultados mais humanos e os planos que ainda deseja concretizar no mercado da harmonização. Uma conversa inspiradora sobre recomeço, propósito e transformação.
Começou a sua jornada na odontologia sem apoio financeiro ou emocional. O que a manteve firme perante tantas dificuldades?
O que me manteve firme foi a vontade de mudar a realidade de vida da minha família e, principalmente, a minha própria realidade, o meu futuro. Queria que os problemas da minha vida deixassem de ser financeiros, queria não ter mais de lidar com dificuldades económicas. O meu desejo era fazer algo que realmente mudasse a vida dos pacientes, das pessoas inclusive a minha. Manter-me firme nesse propósito sempre foi sobre isso: mudar de vida e garantir um futuro melhor.
Em que momento percebeu que a estética seria o seu caminho dentro da odontologia?
Percebi muito cedo que a estética seria um excelente caminho dentro da odontologia. Sempre tive um bom olhar para a estética. Sempre soube que, dentro dessa área em qualquer um dos seus aspectos, eu dar-me-ia bem, porque era algo que sempre me chamou a atenção. Já no início da faculdade tinha a certeza de que seguiria por esse caminho, nem que fosse pela vertente da estética restauradora. No último ano, tive plena convicção de que queria trabalhar com harmonização orofacial.
Costuma dizer que “a estética fala sobre autoestima”. Como esse olhar impacta a forma como conduz cada atendimento?
Trabalhar com estética e ter a oportunidade de melhorar a autoestima das pessoas é algo que não tem preço. Antes de mergulhar na harmonização, também tive um olhar preconceituoso achava que era um universo fútil, por ser considerado um procedimento de luxo. Mas hoje, atuando na área, percebo que vai muito além disso. Melhoramos o aspeto de saúde do paciente. Quando a autoestima está bem, a saúde está bem. A pessoa volta a ter qualidade de vida.
Existem procedimentos que devolvem essa qualidade de vida ao paciente. Desde que ele esteja saudável, sem distúrbios de imagem ou disforias, e deseje apenas sentir-se melhor com a própria aparência — seja pelo envelhecimento ou por algo específico como o nariz —, isso é extremamente positivo. É diferente da medicina ou da odontologia tradicional, onde lidamos com doenças. Aqui, devolvemos beleza, devolvemos o sorriso. O paciente olha-se ao espelho e transforma-se. E isso não tem preço.
Hoje, atende em diferentes cidades e ainda ministra imersões para outros profissionais. Como concilia a rotina clínica com a missão de formar novos nomes na harmonização?
Acredito que uma coisa complementa a outra. A rotina clínica intensa em várias cidades prepara-me melhor para formar os meus alunos. Quando fiz pós-graduação em estética e biomedicina estética, percebi que muitos dos professores não tinham prática clínica real no dia a dia com os pacientes. E é essa vivência que me traz conhecimento e maturidade para ensinar.
Cada imersão que conduzo é diferente da anterior. Estou sempre mais preparado. Estou longe de saber tudo, mas o pouco que sei vem da minha prática diária. É isso que me permite transmitir conhecimento de forma verdadeira e útil.
A sua trajetória inspira muitos profissionais que desejam mudar de área ou reencontrar propósito na carreira. O que diria a quem está infeliz na profissão e ainda tem medo de recomeçar?
Para quem está infeliz, mas sente um brilho nos olhos pela estética, eu diria: não precisa largar tudo de uma vez. É possível conciliar. O primeiro passo é permitir-se conhecer este universo. Faça uma imersão não precisa ser comigo, mas vivencie o mundo da harmonização orofacial e veja se é realmente para si.
Quando fiz a minha primeira imersão, o meu mundo mudou. Percebi que queria fazer aquilo todos os dias da minha vida. Então, comece devagar: faça um curso, aplique Botox, procure uma pós-graduação. Aos poucos, vai transformando a sua carreira. Se for realmente o seu caminho e tiver paixão e dedicação, com certeza vai destacar-se.
Optou por seguir um caminho que valoriza a naturalidade nos resultados. Como vê o papel do “refinamento” na nova geração da harmonização facial?
Hoje escolho o caminho da naturalidade porque estamos a falar de autoestima. Cada paciente tem uma identidade própria e não quero transformá-lo noutra pessoa. Quero manter a base e apenas refinar alguns traços.
Quando tentamos mudar completamente o rosto de alguém, corremos o risco de apagar a sua identidade. A harmonização deve partir do princípio de melhorar o que já é belo não de criar um novo rosto. Quando o paciente é saudável, conhece-se bem e deseja apenas esse refinamento, então esse é o trabalho certo. Se a pessoa quiser mudar tudo, é preciso investigar mais profundamente pode haver questões psicológicas por trás. A harmonização é sobre realçar, não sobre apagar.
Recentemente começou uma especialização em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial. Como é que esse novo conhecimento complementa o seu trabalho estético?
Comecei a residência em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial porque queria ir além. Gosto muito de estudar, mas comecei a sentir-me um pouco preso num padrão, a fazer sempre as mesmas coisas dentro da estética. E quando isso acontece, é sinal de que precisamos de novos desafios.
A parte cirúrgica sempre me interessou. Com essa formação, posso trazer mais bagagem para os meus atendimentos e ampliar o leque de procedimentos unindo a visão cirúrgica à estética facial. Quero inovar, quero desafiar-me, e sei que posso fazer muito mais do que apenas preenchimentos ou aplicações de Botox.
Qual é o seu maior sonho hoje como profissional? E o que ainda deseja transformar no mercado da estética?
O meu maior sonho eu já estou a vivê-lo: formar-me, trabalhar com aquilo de que gosto, ter qualidade de vida. Hoje, o que desejo é apenas refinar tudo isso continuar a viver da estética, a atender os meus pacientes, a estudar, a manter essa sede de aprender, e continuar a ser feliz.
Quero perdurar neste mercado, transformar vidas, continuar a fazer um trabalho de excelência e, acima de tudo, manter os pés no chão. Não quero perder a minha essência. Desejo transformar a vida de quem não consegue olhar-se ao espelho com autoestima. Quero devolver esse brilho a essas pessoas. Transformar a qualidade de vida delas através do meu olhar clínico e da estética. Esse é o meu propósito.
A história do Dr. Matteus Souza é um lembrete poderoso de que a verdadeira transformação começa de dentro para fora tanto na vida profissional quanto na pessoal. Mais do que dominar técnicas ou alcançar resultados estéticos impecáveis, ele construiu uma carreira com base em valores sólidos, escuta sensível e compromisso com o bem-estar do outro.
Ao seguir o caminho da naturalidade, da ética e do constante aperfeiçoamento, Dr. Matteus mostra que é possível ser agente de mudança real na vida dos pacientes e também no mercado da estética. Sua trajetória prova que recomeçar não é fraqueza é coragem. E que propósito, quando bem alinhado com a prática, se transforma em legado.
Foto: @projetopermitaseoficial
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